segunda-feira, 26 de julho de 2010

Hoje quero compartilhar com vocês um texto muito bonito e bastante significativo para a nossa doutrina Umbandista.

Hoje quero compartilhar com vocês um texto muito bonito e bastante significativo para a nossa doutrina Umbandista. Peço que leiam com bastante atenção, que procurem significados nas entrelinhas e que reflitam a respeito de nossas ações e buscas diárias. Qual é o seu Prazer em Servir?

“A inquietude de nossos dias é algo preocupante. As pessoas já não têm tempo para nada, nem para elas mesmas. É um corre-corre, é um vai-lá-pra-cá sem fim. Tudo em nome do dinheiro. Mas será que vale à pena toda essa correria, meus irmãos?
Há coisas na vida que necessitam ser devidamente ponderadas. Não é o dinheiro, tão somente, que faz a felicidade das pessoas. Ele tem a sua importância, mas não é tudo, aliás, ele representa quase nada nos planos do Senhor. O que vale mesmo, o que conta do lado de cá, é o bem que fazemos uns aos outros. Não é a quantidade de títulos ou patrimônio que interessa, é a consciência tranquila de que fez o melhor que podia para o próximo. Não foi esta a recomendação maior de Nosso Senhor Jesus Cristo quando nos disse, não como um alerta, mas como uma ordem: amai uns aos outros? (Jo 15,12)
Pois é, apesar desta certeza absoluta, de que o amor deve ser o centro das nossas vidas, e isto não é novo, que o homem teima em inverter e criar novos valores para si, sobretudo o monetário. A importância do dinheiro é tão pequena do lado de cá, que mede apenas a quantidade de benefícios que você aferiu a seu irmão tendo a sua posse e abundância. Sim, porque ter dinheiro na vida não é para qualquer um não. Até para ser rico é preciso saber ser rico senão, se colocar na mão de quem não sabe administrá-lo bem, ele vai estoporar sua riqueza do dia para a noite.

A imensidão da casa do Senhor faz-nos pensar naquilo que devemos dar real importância. O dinheiro é um deles porque com ele se vive a ilusão do paraíso, mas ele só vale mesmo na Terra, aqui os valores são outros. O que vale aqui é o bem, mas não uma caridade qualquer. Somente o bem que é produzido pelo fundo do coração sem pretensões outras. Foi assim que o Nosso Senhor bem disse: “dai com uma mão sem que a outra perceba” (Mt 6,3). Mas ainda tem tanta gente que dá com uma mão e quer que os flashes do mundo inteiro enxerguem os seus atos de benemerência. Que ilusão tola! Caridade pública não tem valor, caridade só tem valor quando ofertada a Deus, como uma ajuda despretensiosa aos filhos do Senhor.
A caridade, meus irmãos, sobretudo aos pobres, é questão básica para o bem-viver. Só vive realmente bem aquele que se deixa impressionar pela dor do outro, como se ela fosse a sua própria dor. É assim que a caridade nasce do fundo do coração, como sendo uma extensão da própria necessidade pessoal.

Queria, meus queridos irmãos, que todos sentissem em uníssono, a dor do próximo. Não ficaríamos jamais tranquilos em ver um irmão sofrendo e continuar de braços cruzados. Quando enxergamos o próximo como um verdadeiro irmão, a dor dele nos incomoda. Mas, quando agiremos fraternalmente? Quando, penso eu, deixaremos de lado os apegos às coisas da matéria, às coisas ilusórias da Terra, e nos preocuparemos com aquilo que é verdadeiro e eterno, o nosso lado espiritual.
Quando o homem tiver uma noção exata do que ele realmente é, aí então ele vai se transformar por inteiro, enquanto isto não ocorre, ele perambula por aí, de sofrimento em sofrimento, de ilusão em ilusão.

Não é assim a vida irmãos, a vida é o pulsar de Deus em nós mesmos, é ter a consciência como teve Nosso Senhor de reinventar-se a cada dia. De sair-se de si a procura do outro. De tentar se redimir continuamente dos erros cometidos sem qualquer complexo de culpa porque o que foi feito está feito, não volta mais, então é página virada, devemos ter o cuidado de não errar mais e ponto final. Nada de ficar revirando o passado, que isto não tem fim e não leva para lugar algum.
Cuidemos de nós, é bem verdade, mas cuidemos de nós na perspectiva do outro, porque não vivemos sozinhos, vivemos em sociedade, todos nós dependemos um do outro. Ninguém subsiste sem o apelo de uma conversa amiga, de um carinho, de uma ternura, de um abraço gostoso daquele que revigora até a alma, ninguém vive feliz, de fato, se está solitário. Para ser feliz, para se encontrar com Deus, é preciso se encontrar com o próximo, é preciso ser solidário.

Meus queridos irmãos, a vida se enobrece quando se permite conhecer o outro. Vocês não sabem o quanto aprendi com os mais humildes. Com as donas Marias e os seus Josés da vida que passaram pelo meu caminho. Benditos as Marias e os Josés que, nas suas simplicidades, me fizeram sentir responsável por eles, não como um pároco, um sacerdote, mas como um irmão que continuamos todos a ser mesmo depois da morte. Os seus problemas, de alguma forma, passaram a ser os meus problemas. As suas angústias passaram a ser as minhas angústias. Os seus receios passaram a ser os meus receios. Creiam, irmãos, o quanto isto me foi importante no mundo de cá.

Portanto, preocupem-se em fazer a caridade. Caridade não como um depósito na poupança espiritual para depois da morte, mas como um instrumento da própria alma na busca da alma do outro irmão.
Queira Deus, na sua imensa sabedoria, que saibamos reconhecer no irmão uma extensão das nossas necessidades e com ele poder vivenciar na vida eterna o prazer do bem-servir.

Que Deus nos abençoe!”

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