segunda-feira, 26 de julho de 2010

CANDOMBLÉ

CANDOMBLÉ

A palavra candomblé é sinônimo de religião africana. Sempre foi e é usada ainda neste sentido. Isto explica muitas coisas. Vejamos. O negro foi arrancado de sua terra e vendido como uma mercadoria, escravizado. Aqui ele chegou escravo, objeto; de sua terra ele partiu livre, homem. Na viagem, no tráfico, ele perdeu personalidade, representatividade, mas sua cultura, sua história, suas paisagens, suas vivências vieram com ele. Estas sementes, estes conhecimentos encontraram um solo, uma terra parecida com a África, embora estranhamente povoada. O medo se impunha, mas a fé, a crença – o que se sabia – exigia ser expresso. Surgiram os cultos (onilé – confundidos mais tarde com o culto do Caboclo, uma das primeiras versões do sincretismo), surgiu a raiva e a necessidade de ser livre. Apareceram os feitiços (ebós), os quilombos.

Os trezentos anos da história da escravidão do negro no Brasil, atestam acima de tudo, a resistência, a organização dos negros. A cultura africana sobreviveu para o negro através de sua crença, de sua religião. O que se acredita, se deseja, é mais forte do que o que se vive, sempre que há uma situação limite. A religião, sua organização em terreiros (roças), foi como muito já se escreveu, a resistência negra. Resistiu-se por haver organização. A organização consigo mesmo. Cada negro tinha, ou sabia que seu avô teve, um farol, um guia, um orixá protetor.

No meio dos objetos traficados (os escravos) haviam jóias raras: Babalorixás e Iyalorixás. Estes sacerdotes, inteiros nas suas crenças, criaram a África no Brasil. Esta mágica, esta organização reestruturante só é possível de ser entendida se pensarmos no que é a iniciação , todo processo que implica e estabelece. A cana de açúcar do Senhor de Engenho era plantada por Iaôs recém saídos das camarinhas, dos roncós.

A força se espalhou, o axé cresceu e apareceu na sociedade sob a forma dos terreiros de candomblé (religião de negros yorubá como é definido no Dicionário de Aurélio Buarque). Era coisa de negros, portanto escusa, ignorante, desprezível e rapidamente traduzida como coisa ruim, coisa do diabo, bem e mal, certo e errado, branco e preto.

Antagonismos opressores, sem possibilidades alternativas. O negro resolveu tentar agir como se fora branco, para ser aceito. Ele dizia: – meu Senhor, a gente tá tocando para Senhor do Bomfim, seu Santo, nhô! Não é para Oxalá, quer dizer, Oxalá é o Pai Nosso, é o mesmo que Senhor do Bomfim. Sincretismo. Forma de resistência que criou grande onus, severas cicatrizes desfiguradoras. O processo social, a dinâmica é implacável. A imobilidade não se mantém. O filho do africano já dizia que não confiava em negro brasileiro (o sìgìdì, por exemplo, um encantamento de invisibilidade e criação de elemental, não foi ensinado). Muito se perdeu, a terra africana reduziu-se a pequenos torrões, o candomblé era eficaz; o Senhor procurava a negra velha para fazer um feitiço, para que lhe desse um banho de folha, lhe desse um patuá. Proliferação de terreiros. Massificação, turismo, folclore.

Mas os grandes iniciados, iguais àqueles criadores da terra africana no Brasil, ainda existem. Odé Kayode – Mãe Stella de Oxossi , em 1983, dizia: “Iansã não é Santa Bárbara”, e explicava. Mostrou que candomblé não era uma seita, era uma religião independente do catolicismo. A terra tremeu; algumas pessoas falavam: “- sempre fomos à missa, sempre a última benção, depois da iniciação, era na Igreja, fazemos missa de corpo presente quando alguém morre, não pode mudar isso”. Era a tradição alienada versus a revolução coerente, era a quebra do último grilhão.

A represa foi quebrada e as águas fertilizaram os campos quase estéreis da sobrevivência. O negro é livre. Veio da África, tem uma história, tem uma religião igual à qualquer outra e ainda, não é politeista, é monoteista: acima de todos os Orixás está Olorum. Nina Rodrigues conta que uma vez perguntou a um Babalorixá porque ele não recebia Olorum, já que este existia. Ouvindo a seguinte resposta: “- Meu Doutor, se eu recebesse, eu explodia”.

Agora um novo limite, uma nova configuração se instala. Neste fim de século com a corrosão das instituições religiosas tradicionais, com o surgimento de novas religiões, com as doutrinas esotéricas alternativas, o candomblé, agora considerado religião, é visto também como uma agência eficiente: resolve problemas, cura doenças, acalma as cabeças. Os brancos querem ser negros, já não se ouve “o negro de alma branca”, agora o privilégio é ser um branco de alma negra, ter ancestralidade, “ter enredo, história com o Santo”. Mais do que nunca as Iyalorixás e Babalorixás se questionam. As armadilhas, os “caça-fugitivos” estão instalados. Tudo isto é transformado, por nós, em pinças para separar o joio do trigo, por isso estamos aqui. Dizendo o que somos, damos condição para que se perceba o que está posto e se entenda o suposto, o oposto e o aposto. Diferenciação é conhecimento, candomblé é religião, não é seita.

As Iyalorixás organizam as cabeças. O processo de organização do ori é awo (segredo). O candomblé é uma religião que trabalha com o segredo, o lado mudo do ser, o que a Olorum pertence. O candomblé organiza o fragmentado, abrindo canais de expressão para o ser humano.

Ou seja, Candomblé é uma palavra africana que significa “dança”. O Candomblé propriamente dito, é uma dança religiosa, de origem africana, na qual os iniciados reverenciam ou rezam para seus Orixás. A dança é, portanto, uma invocação. É praticada principalmente por pessoas do sexo feminino, chamadas sambas. Homens também podem participar da dança, mas o bailado das sambas tem maior efeito invocador. A palavra Candomblé passou a designar o Culto dos Orixás.

Orixá, termo de origem africana designativo das forças cósmicas e vivas da natureza, divinizadas pelos homens primitivos, que as invocavam. Exemplo: os mares, as matas, os rios, o amor, os ventos etc. Orixá, portanto, é uma força de criação divina e uma manifestação de Olorum. A natureza é a manifestação material dos Orixás. Olorum, o Criador, é tudo: não tem representação nem fetiches. É infinito. É o Pai da criação universal. Corresponde, pois, à idéia de Deus.

Histórico

Os primeiros negros que foram trazidos da África para o Brasil, como escravos, provinham de Angola e do Congo. Pertenciam à família banto, ou bantu, da raça negra. Estes já tinham praticamente perdido seus costumes, língua e cultos religiosos, quando se iniciou, no século XVIII, com a descoberta do ouro nas Minas Gerais, e para ajudar na lavra do metal, o chamado resgate de prisioneiros de guerra, da Costa da Mina de São Jorge, no litoral norte do Golfo de Guiné, na região onde se encontram a Costa do Ouro, a Costa do Marfim, a Costa dos Escravos, e onde se criaram os modernos estados da Nigéria, do Daomé, de Togo, da Costa do Marfim e da Gana.

Estes “negros da Costa”, que eram desembarcados na cidade do Salvador, então capital do Brasil, e próxima à Costa da Mina, pertenciam a muitas tribos ou “nações” importantes, algumas de adiantado grau de cultura, como os minas, jejês, axantis, fulas, mandingosmandingos, lauças (quer eram maometanos), e os iorubás, também chamados nagôs. E foi principalmente dos cultos iorubás que surgiu no Brasil o Candomblé, ou Culto dos Orixás.

Havia, de parte dos senhores, das autoridades e da Igreja, um zelo natural pela conversão dos africanos ao catolicismo, sendo considerado um dever cristão receberem os mesmos a doutrina, serem batizados e levados à prática da religião católica.

Com o objetivo de evitar choques com as autoridades, sem deixar de preservar na prática do seu culto, os africanos dissimulavam seus otás colocando sempre à frente deles a imagem de um santo católico que mais se aproximasse – segundo interpretações individuais – das características do Orixá cultuado. Nasceu, com isto, um grande sincretismo dos Orixás com os santos da Igreja. A falta de sistematização com que se realizou esse ajustamento muito concorreu para que surgissem as discrepâncias hoje constatáveis. Assim é que diferentes santos da Igreja são sincretizados num mesmo Orixá.

Não admira, pois, que tenha o culto, evoluindo por sobre tantos obstáculos, se vestido das variações que hoje apresenta. Consideramos mesmo um milagre, maravilhoso milagre, não haja registrado o desdobrar dos tempos o mais leve desgaste na permanência do Culto dos Orixás.

Hoje, porém, graças aos esforços dos fiéis e ao desenvolvimento dos meios de comunicação, que vem possibilitando um intercâmbio amplo entre os praticantes das diversas “nações”, as práticas se vão apurando constantemente. Isso devolverá, sem dúvida, ao Candomblé a pureza e o vigor de suas origens e contribuirá para integrar numa só trilha ritualística todos os irmãos de santo.

É bom lembrar sempre que o iorubá é a língua dos Orixás, originário da Nigéria, África Ocidental. A palavra Orixá significa Ministro de Olorum.

O idioma iorubá enquadra, entre outros, os povos Ijexá, Ketu e etc. Dos iorubás pertencem os Orixás Exu, Xangô, Oxum, Iansã, Obaluauê e outros.

Sua importância é muito significativa, pois saberemos compreender cada cântico do Candomblé. Para maior compreensão do idioma iorubá, deve-se conhecer os pronomes, os verbos e etc.

Os orixás

Todos os seres humanos nascem da natureza, num determinado lugar, dia e hora, sob o comando de um Orixá. Assim, claro está que receberam a influência desse Orixá e, portanto, cada um terá em toda a sua vida as vibrações e proteção do Pai Orixá a que está vinculado, de origem natural, o qual rege seu destino.

Os Orixás incorporam nos médius (iaôs) sob a condição vibratória. Chama-se esse transe virar para o santo. A primeira vez que ocorre com uma pessoa, denomina-se bolar para o santo.

A incorporação do Orixá, sendo vibratória, não transmite mensagens orais, como sucede com a incorporação de espíritos desencarnados (chamados, no Candomblé, de eguns) e com os encantados.

O culto, no Candomblé, é feito exclusivamente aos Orixás. É grande o número de Orixás. Conhecem-se os mais cultuados, mas outros surgem, revelando-se aos poucos. Apresentamos a seguir alguns orixás, não por ordem de importância, pois tal ordem é desconhecida; existem, naturalmente, predileções pessoais, mas entre os Orixás não há hierarquia.

Eis os mais generalizadamente cultuados:

Masculinos Femininos

Exu Iansã

Ogun Oxum

Oxóssi Yemanjá

Exu

Existe grande confusão em torno de Exu, principalmente quanto a sua errônea concepção com o demônio dos católicos. Num estudo profundo sobre a mitologia africana, principalmente a Iorubana, poderemos constatar que Exu não é diabo, mas, sim, um Deus, responsável pelas mensagens dos Orixás. Na verdade, Exu serve de intermediário entre os Oixás e os adeptos do Candomblé. Cada Orixá possui seu Exu, assim também como cada pessoa. O trabalho de Exu é, principalmente, o da comunicação, por este motivo ele é o senhor das vias de acesso, como estradas, atalhos, caminhos e encruzilhadas.

Exu possui grande importância dentro dos cultos afro-brasileiros, visto que, sem seu apoio, as mensagens e os pedidos não chegarão aos Orixás.

Sendo agente universal, é “faca de dois gumes”. É muito serviçal e mercenário, pois nada faz sem recompensa imediata.

As cores votivas de Exu são o preto, o vermelho e o cinza. O dia que lhe é consagrado é a segunda-feira. Os principais metais são o bronze e o ferro.

As oferendas a Exu chamam-se padês, feitas de farinha de mesa com azeite-de-dendê e farinha d’água com cachaça.

O arquétipo dos filhos de Exu são aqueles com espírito bastante brincalhão e exuberante. A aparência física é muito importante e estão sorrindo constantemente. Geralmente, os filhos de Exu são magros e altos, com sorrisos bem largos. Sauda-se: Larôiê!!

As diferenças entre a Umbanda e o Candomblé

Esses são alguns tópicos que relacionei sobre as diferenças entre a Umbanda e o Candomblé, e com isso você poderá aprender um pouco mais sobre a religião.

Alguns grupos de Umbanda assimilam mais elementos do espiritismo, dando origem à umbanda de mesa, que nesse tipo de ritual os adeptos costumam chamar de “Mesa Branca”. Porém a maior predominância é dos rituais que parecem semelhantes aos do Candomblé. Essa predominância varia de terreiro para terreiro, dependendo da doutrina de cada pai ou mãe de santo, se essa predominância for muito grande, chamamos de “Umbandomblé”.

Apesar de alguns rituais e entidades serem as mesmas do Candomblé, existem ainda algumas particularidades que diferenciam a Umbanda do Candomblé, por exemplo os orixás no Candomblé não se comunicam diretamente com a assistência. Para que a assistência possa saber alguma coisa para melhorar sua vida, ela precisa falar com o Babalorixá que consultará os Búzios, só assim os orixás poderão orientar a pessoa sobre seus problemas.

Na Umbanda, a assistência pode consultar as entidades diretamente, sem precisar do jogo de Búzios, uma vez que as entidades podem utilizar o corpo do médium para se comunicar. Essa consulta só pode acontecer nos dias de gira de trabalhos, essa gira é especialmente para isso. Existem outras giras, como por exemplo a Gira de Desenvolvimento, onde os médiuns novatos praticam e se aperfeiçoam na comunicação com o orixá e entidades.

Há ainda para se dizer que na Umbanda os orixás maiores ou santos (Iemanjá, Oxóssi, Xangô, Ogum, Oxum, Iansã, etc) não falam, quando eles “baixam” no terreiro, só sua presença já é uma benção, os santos não tem a falange (linguajar) para que as pessoas possam entender, eles já transcenderam da Terra há muitos anos e adquiriram muita luz, portanto, aqui na Terra, o máximo que fazem são emitir sons (ou mantras) como por exemplo o canto de Iemanjá, que para uns pode ser um canto e para outros um choro.

As consultas ficam por conta das entidades de cada linha como por exemplo: os baianos, preto-velhos, boiadeiros, marinheiros, crianças, etc, que por estarem mais próximos de nossa realidade (pois desencarnaram a apenas algumas décadas – como no caso dos pretos-velhos), podem nos ajudar por conhecerem bem mais de perto os problemas terrenos.

Outra característica marcante é o congar de um terreiro de Umbanda que tem, lado a lado, imagens de santos católicos (estes representando os orixás) e imagens das entidades (marinheiros, caboclos ameríndios, pretos-velhos, crianças, etc) e também podem ter outras imagens como de Santa Luzia, Santo Agostinho, Santo Expedito, etc. Em terreiros de candomblé cada orixá tem seu lugar, como por exemplo um quartinho, onde ficam os objetos do orixá.

Os médiuns também não precisam ficar o dia inteiro no terreiro e nem dedicar todo o seu dia a ele, basta apenas ter a responsabilidade de estar nos dias de gira e cumprir sua missão com amor e caridade no coração.

Os médiuns não incorporam cada um um orixá, os médiuns seguem a linha que os tabaqueiros e o Ogan (sabendo-se que ele só irá puxar um ponto quando o Pai ou Mãe de Santo autorizar) puxam, por exemplo, se estiverem cantando um ponto sobre Oxóssi, os médiuns e a assistência já sabem que quem vem para trabalhar são os caboclos.

Outra diferença básica é como os médiuns se preparam para incorporar, ao contrário do Candomblé que dançam num círculo em movimento, rodopiando seus corpos ao som dos atabaques e outros instrumentos, na Umbanda o médium fica parado, acompanhando por palmas os pontos cantados e esperando o momento exato para a incorporação dos orixás ou das entidades.

Para os médiuns novatos, a Mãe ou Pai de Santo “puxam” a linha dos orixás fazendo o sinal da cruz em sua testa e trazendo os orixás para que médium que ainda não tem experiência suficiente para incorporar o orixá sozinho, possa trabalhar (porém nesse estágio ainda não podem dar consultas nem passes).

A música também é bem diferente, uma vez que no Candomblé vai depender de que nação é, já na Umbanda os cânticos são todos cantados em português.

As roupas são brancas em geral e o uso das cores fica reservado para os Pais e Mães de Santo e em dias de festa e homenagem no terreiro.

As roupas pretas e vermelhas são usadas em dia de Gira de Exu, e também reservado apenas ao direito do médium de incorporação e Pais e Mães de Santo, os outros médiuns (novatos, ogans, cambones, etc) devem usar roupas brancas somente ou com uma fita vermelha presa a sua cintura.

A assistência deve sempre ir a um terreiro de roupas claras, deixando-a escura para as giras de exus, ainda assim muitos terreiros orientam aos freqüentadores a usar a roupa branca; na Umbanda, o branco significa proximidade com a clareza, paz de espirito e abertura de seu corpo para as coisas boas (uma vez que o preto significa luto – corpo fechado) se a pessoa quer receber uma graça, ela deve estar receptiva para que isso aconteça. Cada orixá vibra em uma cor, por exemplo, Oxossi vibra na cor verde assim como Iansã na cor amarela, mas indiscutivelmente o branco (Oxalá) é aceito por qualquer linha.

Linhas e Falanges — No candomblé os orixás formam um sistema, estando ligados por laços de casamento e descendência; por exemplo: Nanã é a ancestral feminina, a avó, enquanto Ogum é filho de Oxalá com Iemanjá e assim por diante. Assim no candomble cada orixá tem sua história, suas paixões, lutas e apresentam preferências alimentares de cada um, cores, roupas, adereços, etc.

Os espíritos dos antepassados bantos e as entidades ameríndias – os caboclos – não apresentam esse tipo de organização: estão distribuídos em aldeias, reinos, tribos e, em vez de formarem um sistema, justapõem-se entre si. Com a influência do kardecismo, a Umbanda usa para sua organização o que chamamos de LINHAS e FALANGES – princípios de organizações e classificação dos espíritos. Linhas e Falanges constituem divisões que agrupam as entidades de acordo com as afinidades intelectuais e morais, origem étnica e, principalmente, segundo o estágio de evolução espiritual em que se encontram, no astral.

De acordo com os mais variados critérios e sem limite de número, o que na prática se traduz em uma multiplicidade de esquemas, a partir das sete linhas tradicionais da Umbanda, por sua vez subdivididas em sete falanges ou legiões.

Linha de Oxalá

Linha de Iemanjá ou Linha das Águas

Linha de Oxóssi

Linha de Xangô

Linha do Oriente / Linha de Cosme e Damião*

Linha Africana ou das Almas

Linha de Ogum

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